Com o gigantesco avanço das vendas de produtos através da internet, foi imprescindível que todas as marcas se mostrassem presentes no mundo digital e oferecessem a opção da compra online aos seus consumidores, o que abriu margem para que as falsificações ganhassem escala e se tornassem de fato uma preocupação.
De acordo com estatísticas, o mercado total de falsificações chega a aproximadamente US$ 4,5 trilhões. O relatório de pesquisa da Organização Mundial das Alfândegas calculou que isto representa cerca de 7% do comércio mundial e esta situação se tornou ainda mais crítica devido ao aumento significativo de compras online durante a pandemia de COVID-19.
Com as inúmeras possibilidades de manipulação das informações, é comum que muitos consumidores comprem produtos falsificados sem sequer saber disso, o que tem levado grandes sites de venda como Amazon, eBay e diversos outros a implementarem verificações de segurança que atestem a autenticidade dos produtos.
Para eliminar ou reduzir o número de falsificações no mercado, grandes marcas de luxo têm tomado algumas atitudes e cuidados que garantem mais segurança aos consumidores, como a intensa divulgação de distribuidores e sites oficiais, onde o público poderá efetuar sua compra com segurança.
Os múltiplos sinais de autenticidade também se mostraram bastante eficientes, já que fabricar réplicas a partir de imagens é bastante fácil, mas detalhes e sinais ocultos costumam não ser percebidos. Detalhes de cor, ferragens e até mesmo a ausência da logo, símbolo que costuma identificar produtos de algumas marcas de grande renome podem funcionar.
A identidade de cada marca também se torna um grande diferencial na hora de se comprovar a autenticidade, isto porque enfatizar suas raízes e tradições é uma forma poderosa de cultivar clientes fiéis. Destacar diferenciais como artesanato tradicional, componentes feitos à mão e técnicas específicas, ajuda a criar uma diferença evidente entre o original e as falsificações.
Mesmo com todas estas possibilidades, ainda é preciso ir além e uma das mudanças mais significativas para as marcas de luxo que desejam evitar as falsificações de seus produtos, tem sido a aposta na sustentabilidade. É fato que precisamos pensar o consumo de forma mais sustentável pela preservação do meio ambiente, assim o investimento no pós-venda oferecendo reparo e manutenção dos produtos, ajuda a aumentar não apenas o ciclo de vida de cada bem adquirido, como a atuação das grandes marcas no mercado secundário de bens de luxo, que possui estimativa de movimentar US $36 bilhões em 2021.
Audemars Piguet foi uma das grandes marcas que aderiu a este mercado e anunciou em 2018 o lançamento de um negócio de relógios de segunda mão, além de ter disponibilizado em seu site uma seção para recompra de itens de clientes, limitando assim o número de produtos sobrando no mercado secundário.
Esta aposta na sustentabilidade não tem tido impacto apenas na redução das falsificações, mas também tem funcionado para atrair as gerações Y e Z, que trouxeram novas formas de consumo muito mais focadas na preservação ambiental e buscando por novas experiências. Cativar a identificação deste público, tem sido a chave fundamental para prolongar o sucesso do mercado de luxo, já que ele representa uma fatia considerável dos consumidores ativos atualmente.
Independente da forma escolhida para evitar as falsificações, muitas mudanças se fizeram necessárias para acompanhar a nova forma de consumo muito mais digital e este desafio tem demonstrado que a capacidade de inovação das grandes marcas, há muito tempo reconhecidas no mercado de luxo, segue tão afiada quanto antes.
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